ANGOLA- MUSICAS /FUNDAMENTOS



CANTIGAS

Capoeira

 
Paranaue

Vou dizer minha mulher, paraná. Capoeira me venceu, paraná.
Paranaue, paranaue, paraná.
Eu aqui não sou feliz, paraná. Mas na minha terra eu sou, paraná.
Paranaue, paranaue, paraná. 
Vou embora pra Bahia, paraná. Porque lá é meu lugar, paraná.
Paranaue, paranaue, paraná.
Tem a festa do Bomfim, paraná. E o Mercado Popular, paraná.
Paranaue, paranaue, paraná.
Lá no céu tem tres estrelas, paraná. Todas tres de carrerinha, paraná.
Paranaue, paranaue, paraná. 
Uma é minha a outra é tua, paraná. E a outra vai sozinha, paraná.
Paranaue, paranaue, paraná.
A mulher pra ser bonita, paraná. Não precisa se pintar, paraná.
Paranaue, paranaue, paraná.
A pintura é do diabo. E a beleza é Deus que dá, paraná.


Marinheiro só

Eu não sou daqui. Marinheiro só. 
Eu não tenho amor. Marinheiro só. 
Eu sou da Bahia. Marinheiro só. 
E de São Salvador. Marinheiro só. 
O marinheiro, marinheiro. Marinheiro só. 
Que te ensino a navegar. Marinheiro só. 
Foi o tombo do navio. Marinheiro só. 
O foi o balanço do mar. Marinheiro só. 
O marinheiro, marinheiro. Marinheiro só. 
Quem te encino a mandingar. Marinheiro só. 
Eu aprendi foi com João. Marinheiro só. 
E aprendeu com pastinha. Marinheiro só. 
La vem la vem. Marinheiro só. 
Como ele vem faceiro. Marinheiro só. 
Todo de branco. Marinheiro só.
Com seu bonezinho
.Marinheiro só. 
Ai, ai, aidê

Ai, ai, aidê. 
Joga bonito, que o jogo é meu.
Ai, ai, aidê. 
Joga bonito, que o mestre é meu. Capoeira de angola não é karate.
Aidê, Aidê, Aidê, Aidê. 
Joga bonito que eu quero aprender. Joga bonito que o mestre quer ver.
Lá vai viola

Esse jogo é de dentro, esse jogo é de angola. Tim, tim, tim, lá vai viola.
Oi lá valha meu Deus, e a nossa senhora. Tim, tim, tim, lá vai viola.
Le, le, lá vai viola. Tim, tim, tim, lá vai viola.
Olha joga menino, esse jogo é de angola. Tim, tim, tim, lá vai viola.
Oia santa mandinga, mandinga é de angola. Tim, tim, tim, lá vai viola.
Oi nao tem siriri, nao tem cai fora. Tim, tim, tim, lá vai viola.
Esse jogo é embaixo, esse jogo é de angola
Tim, tim, tim, lá vai viola.
Sai, sai, Catarina

Sai, sai, Catarina. Oia saia do mar vem a ver Idalina. Sai, sai, Catarina.
Oia saia do mar venha ver Catarina. Sai, sai, Catarina.
Oia saia do mar venha ver a menina. Sai, sai, Catarina.
Oia saia do mar venha ver capoeira. Sai, sai, Catarina.
Oia saia do mar venha ver Idalina. Sai, sai, Catarina.
Oi Catarina minha negâ. Sai, sai, Catarina.
Oi tanto tempo eu nao te vejo. Sai, sai, Catarina.
Oi minha negâ, linda bahiana. Sai, sai, Catarina.
Oi venha cá menina Catarina. Sai, sai, Catarina.
Oia saia do mar vem a ver Idalina. Sai, sai, Catarina.
Oia saia do mar venha ver Catarina. Sai, sai, Catarina.
Oia saia do mar venha ver venha ver. 
Sai, sai, Catarina.
Camungerê

Como vai, como tá ? Camungerê !
Como estaba micé ? Camungerê !
E vai bem de saude ? Camungerê !
Para mim é prazer. Camungerê !
Como tá, como tá ? Camungerê !
Como vai vosmecé ? Camungerê !
Como vai afamilia ? Camungerê !
Mais tarde eu vou ver. Camungerê !
Eu vou bem de saúde
. Camungerê !


A Manteiga Derramou 

Vou dizer a meu sinhô. Que a manteiga derramou.
E a manteiga não é minha. E a manteiga é de ioiô.
Vou dizer a meu sinhô. Que a manteiga derramou. 
E a manteiga não é minha. E a manteiga é de ioiô.
Vou 
dizer a meu sinhô. Que a manteiga derramou.

A manteiga é de ioiô. Caiu na água e se molhou.
Vou dizer a meu sinhô. Que a manteiga derramou.
A manteiga é do patrão. Caiu no chão e derramou.
Vou dizer a meu sinhô. Que a manteiga derramou.
A manteiga não é minha. É pra filha de ioiô... 

São Bento me chama

Ai, ai, ai, ai. São Bento me chama.
Ai, ai, ai, ai. São Bento chamou.
Ai, ai, ai, ai. Ô, capoeira de angola.
Ai, ai, ai, ai. Ô, São Bento chamou.
Ai, ai, ai, ai. Se me pega de cheio.
Ai, ai, ai, ai. Ô, tu me bota no chão.
Ai, ai, ai, ai. Ô, capoeira de angola.
Ai, ai, ai, ai. Ô, um aperto de mão.
Ai, ai, ai, ai. Ô, São Bento me chama.
Ai, ai, ai, ai. Ô, solta a mandinga menino.
Ai, ai, ai, ai. Ô, se enrosca no chão.
Ai, ai, ai, ai. Ô, capoeira de angola.
Ai, ai, ai, ai São Bento me chama.
Ai, ai, ai, ai. São Bento me quer.

Boa Viagem 

Adeus, Adeus. Boa Viagem.
Eu vou me embora. Boa Viagem.
Eu vou com Deus. Boa Viagem.
E com nossa Senhora. Boa Viagem.
Eu vou, eu vou. Boa Viagem. 
Pois chegou a hora. Boa Viagem.
Abalou Capoeira, Abalou

Abalou capoeira, abalou. Mas se abalou deixa abalar.
Abalou capoeira, abalou. Mas se abalou deixa cair.

A Canoa Virou 

A canoa virou, marinheiro. La no fundo do mar tern dinheiro.
 
A canoa virou, marinheiro. La no fundo do mar tern dinheiro.
 
Capoeira de São Salvador

O, meu mano. O que foi que tu viu lá. Eu vi capoeira matando. Ora meu deus,
Também vi maculelê. Capoeira !
É jogo praticado na terra de São Salvador.
Capoeira !
É jogo praticado na terra de São Salvador.
Mas sou discípulo que aprendo. E mestre que dá lição. Na roda de capoeira.
Nunca dei meu golpe em vão.
É jogo praticado na terra de São Salvador.
É Manuel dos Reis Machado. Ele é fenomenal. Ele é o Mestre Bimba.
Criador da Regional.
É jogo praticado na terra de São Salvador.
Ei capoeira é luta nossa. Da era colonial. E nasceu foi na Bahia a.
Angola e Regional.
É jogo praticado na terra de São Salvador.
No dia que eu amanheço. Danado da minha vida. Planto cana descascada.
Com seis dias tá nascida.
É jogo praticado na terra de São Salvador.
É jogo de liberdade. Jogo de libertação. Praticado na Senzala.
No tempo da escravidão.
É jogo praticado na terra de São Salvador.
Jogo de muita mandinga. Do escravo sofredor. Que queria se livrar.
Do chicote do feitor.
É jogo praticado na terra de São Salvador.
Chora Capoeira, Capoeira Chora

Chora capoeira, Mestre Bimba foi embora.
Eh Chora.
Chora capoeira, capoeira chora. Chora capoeira, Mestre Bimba foi embora.
Mestre Bimba foi embora. Por favor tire o chapéu. Mas não vá chorar agora.
Mestre Bimba foi p'ro céu.
Chora capoeira, capoeira chora. Chora capoeira, Mestre Bimba foi embora.
Eh Chora.
Chora capoeira, capoeira chora. Chora capoeira, Mestre Bimba foi embora.
Eh Chora.
Chora capoeira, capoeira chora. Chora capoeira, Mestre Bimba foi embora.
Mestre Bimba foi embora. Mas deixou jôgo bonito. Deve estar jogando agora.
Numa roda do infinito.
Eh Chora.
Chora capoeira, capoeira chora. Chora capoeira, Mestre Bimba foi embora.
Eh Chora.
Chora capoeira, capoeira chora. Chora capoeira, Mestre Bimba foi embora.
Mestre Bimba foi embora. Não teve chôro e nem mistério.
O berimbau tocou sereno. Na porta do cemitério.
Eh Chora.
Chora capoeira, capoeira chora. Chora capoeira, Mestre Bimba foi embora.

Cobra Malvada

Queria ir, Mas agora não vou mais, Queria ir, Mas agora não vou mais,
No caminho apareceu, Duas cobras de Corais. Essa cobra me morde.
Sinho São Bento.
Ela vai me morder.
Sinho São Bento.
Ela é venenosa.
Sinho São Bento.
Ela é perigosa.
Sinho São Bento.
Ela vai me pegar. Olhe que cobra malvada. Olhe o veneno da cobra.
A cobra é danada. Ela vai te matar.

CAPOEIRA VEIO AQUI

Capoeira veio aqui. Pros quilombos do Zumbi. Como angola ela chegou.
E aqui luta virou. Nego fugia da senzala perseguido. No meio do alarido.
Pra lutar !!! 
Olha a armada, meia-lua e cabeçada. Ah ! Tem a queixada.
Pra matar !!!
Capoeira dizia. Capoeira fazia. Liberdade pro negro. Liberdade pra vida.
Capoeira hoje em dia. É Brasil e alegria.
Vem pra roda Vamos jogar.
Ô Ô Ô Ô Ô Ô ... Capoeira, capoeira ! Ô Ô Ô Ô Ô Ô ... Capoeira, capoeira !
Ô Ô Ô Ô Ô Ô ... Capoeira, capoeira ! Ô Ô Ô Ô Ô Ô ... Capoeira, capoeira !

Nego fugia da senzala perseguido ...

Canarinho d'Alemanha

Canarinho d'Alemanha. Quem matou meu curió ?
Eu jogo capoeira. Da Bahia a Maceió.
CANARINHO D'ALEMANHA, QUEM MATOU MEU CURIÓ.
Na roda da capoeira. Mestre Bimba é o maior.
CANARINHO D'ALEMANHA, QUEM MATOU MEU CURIÓ.
Na roda da capoeira. Quero ver quem é o melhor.
CANARINHO D'ALEMANHA, QUEM MATOU MEU CURIÓ.
Eu jogo capoeira, e Pastinha é o melhor.
CANARINHO D'ALEMANHA, QUEM MATOU MEU CURIÓ.


Cruz credo

Cruz credo, Avê Maria Eu cantava na roda. E ninguém respondía.
CRUZ CREDO, AVÊ MARIA.
Essa roda é de mudo. E eu não sabía.
CRUZ CREDO, AVÊ MARIA
.
Iaia, Iôiô

Menino com quem tu aprendeu. Quem te ensinou já morreu.
E seu nome 'tá gravado. Na terra onde ele nasceu.
Salve São Salvador, Salve a Ilha de Marê. Salve o mestre quem me ensinou.
A mandinga de bater com pé. De Iaia, de Iôiô.
IAIAAAA, IÔIOOOO (bis)
Mandingueiro, cheio de malevolência. Era ligeiro o meu mestre.
Jogava conforme a cadência. Do bater do berimbau.
Salve o Mestre Bimba, criador da regional. De Iaia, de Iôiô.
IAIAAAA, IÔIOOOO (bis) 
Aprendeu meia lua, cabeçada aprendeu. Martelo e rabo de arraia.
Jogava no pé da ladeira. Muitas vezes na beira da praia.
Salve São Salvador, Salve a Ilha de Marê. Salve o mestre que me ensinou.
A mandinga de bater com pé. De Iaia, de Iôiô.
IAIAAAA, IÔIOOOO (bis)

CHULA

IÊ, É HORA. IÊ, É HORA, CAMARÁ.
IÊ, VAMOS EMBORA. IÊ, VAMOS EMBORA, CAMARÁ.
PELA BARRA AFORA. IÊ, PELA BARRA AFORA, CAMARÁ.
IÊ, VIVA MEU DEUS. IÊ, VIVA MEU DEUS, CAMARÁ.
IÊ, VIVE MEU MESTRE. IÊ, VIVE MEU MESTRE, CAMARÁ.
IÊ, QUEM ME ENSINOU. IÊ, QUEM ME ENSINOU, CAMARÁ.

Aluande

Eh tim, tim, tim Aluande. Aluanda, Aluanda, Aluande Tim, tim, tim Aluanda.
Eh, Aluanda, Aluanda, Aluande. Tim, tim, tim Aluanda.
Eh, Aluanda, Aluanda, Aluande. Tim, tim, tim Aluanda.
Eh, Aluanda, Aluanda, Aluande. Tim, tim, tim Aluanda.
Oh, Aluanda cabões é mungunje. Tim, tim, tim Aluanda.
Eh, Aluanda, Aluanda, Aluande. Tim, tim, tim Aluanda.
Oh, Aluanda cabões é mungunje. Tim, tim, tim Aluanda.

Arraial d'Ajuda

Capoeira que vem da Bahia Da cidade de São Salvador.
Diz que mando um abraço pra ele. E digo meu amor.
Eu 'tou morrendo de saudade. Capoeira não voltou.
Capoeira que o mestre me ensinou. O dinheiro não pode pagar.
Capoeira é luta nossa. Não tem hora pra jogar.
O BERIBA É PAU, É PAU. PRA FAZER BERIMBAU É PAU É PAU.
O BERIBA É PAU, É PAU. PRA FAZER BERIMBAU É PAU É PAU.
Tico Tico canta no mar. Sábia na laranjeira. Nunca vi roda de samba.
Sem jogo de capoeira.
O BERIBA É PAU, É PAU. PRA FAZER BERIMBAU É PAU É PAU.
O BERIBA É PAU, É PAU. PRA FAZER BERIMBAU É PAU É PAU.

CAJUÊ

MANDALALECÔ. CAJUÊ.
MANDALALECÁ. CAJUÊ.
LECÔ. CAJUÊ.
LECÔ LOIÁ. CAJUÊ.

Angola, Eh, Eh, Eh 

Angola, Eh, Eh, Eh. Angola, Ah, Ah, Ah.
O berimbau tá me chamando p'ra jogar.
Angola, Eh, Eh, Eh. Angola, Ah, Ah, Ah
.
Ê vai você, vai você

Ê vai você, vai você
Dona Maria, como vai você ? 
Joga bonito que eu quero aprender Dona Maria,
Como vai você ? Como vai vo cê ? Como vai você ?
Oi, sim sim sim

Oi, sim sim sim, Oi não não não
Oi, sim sim sim, Oi não não não
Mas hoje tem, amanhã não
Mas hoje tem, amanhã não
Oi, sim sim sim, Oi não não não
Mas hoje tem, amanhã não
Olha a pisada de Lampião
Oi, sim sim sim, Oi não não não
E de manhã

E de manhã
Idalina ta me chamando
Idalina tem o costume
De chama e a gente vai andando
E de manhã
Idalina ta me chamando

Idalina, meu amor
Idalina ta me esperando
E de manhã
Idalina ta me chamando

Idalina tem o costume
De manda e a gente sai andando
E de manhã
Idalina ta me chamando

Idalina tem o costume
Caiman

Onde vai caiman
Caiman, caiman
Onde vai caiman
Vai pra ilha de maré
Onde vai caiman
Lagoa do Abaeté
Onde vai caiman
Caiman, cai em pé
Onde va caiman
Caiman, caiman
Onde vai caiman
Me da meu dinheiro

Oi me da meu dinheiro
Oi me da meu dinheiro valentão

Oi me da meu dinheiro valentão
Se não eu te pego
E te jogo no chão

Oi me da meu dinheiro
Oi me da meu dinheiro valentão

Oi me da meu dinheiro valentão
Que eu dou uma rasteira
E te jogo no chão

Oi me da meu dinheiro
Oi me da meu dinheiro valentão

Oi me da meu dinheiro valentão
Que no meu dinheiro
Ninguem põe a mão

Oi me da meu dinheiro
Oi me da meu dinheiro valentão

Oi me da meu dinheiro valentão
Se não eu te pego
E te jogo no chão

Oi me da meu dinheiro
Oi me da meu dinheiro valentão
Nhem, nhem, nhem

O menino chorou
Nhem, nhem, nhem
Cala a boca menino
Nhem, nhem, nhem
O menino chorou
Nhem, nhem, nhem
E porque não mamou
Nhem, nhem, nhem
O menino chorão
Nhem, nhem, nhem


Moleque é tu

Mas é tu que é moleque
Moleque é tu
E é tu que é moleque
Moleque é tu

Devagar

Devagar, devagar
Devagar,devagarinho
Devagar, devagar

Devagar bem de mansinho
Devagar, devagar

Oi o mestre mandosa
Jogar devagar
Devagar, devagar

Jogo de Angola é devagar
Devagar, devagar
Fação bateu embaixo

O fação bateu embaixo
A bananeira caiu
Mas o fação cortou embaixo
A bananeira caiu
Mas o fação roçou embaixo
A bananeira caiu
Cai cai bananeira
A bananeira caiu
Cai cai capoeira
A bananeira caiu


O que e' um berimbau

O que e' um berimbau
Uma cabaça, um arame e um pedaço de Pau
O que e' um berimbau
Uma cabaça, um arame e um pedaço de Pau
Uma cabaça, um arame eu m pedaço de Pau
Como e' gostoso tocar berimbau

Zum zum zum

Zum zum zum, capoeira mata um
Zum zum zum, capoeira mata um
Capoeira, capu

Ô meu filho quando nascer
Vou perguntar pra parteira
O que é que meu filho vai ser
O meu filho vai ser capoeira
Capoeira, capu
Maculelê, maracatu

Mas não é Karatè
Nem também Kung-Fu
Maculelê, maracatu

Eu vim pra Bahia
Comer caruru
Maculelê, maracatu

Ô meu filho quando nascer
Vou perguntar ao doutor
O que é que meu filho vai ser
O meu filho vai ser professor
Capoeira, capu
Maculelê, maracatu

Eu vim pra Bahia
Comer caruru
Maculelê, maracatu

Comer caruru
E não comer angu
Maculelê, maracatu


Leva morena me leva

O leva morena me leva
O me leva pro seu bangalô
Oi leva morena me leva
Que hoje faz frio amanhã faz calor

O leva morena me leva
O me leva pro seu bangalô


Oi leva morena me leva
Que hoje sou capoeira
Amanhã sou doutor

O leva morena me leva
O me leva pro seu bangalô


Oi leva morena parceira
Me faz um denguinho
Me chama que eu vou

O leva morena me leva
O me leva pro seu bangalô


Oi leva morena faceira
Pra um ranchinho
La em Salvador

O leva morena me leva
O me leva pro seu bangalô

Oi leva morena me leva
Com o seu jeitinho
De fazer amor

O leva morena me leva
O me leva pro seu bangalô


Oi leva morena me leva
Que eu sou capoeira
Ja disse que sou
Luanda é

Luanda ê pandeiro
Ô, Luanda ê Para
Oi Tereza samba deitada
Ô, Idalina samba de pé
Ô, la no cais da Bahia
Na roda de capoeira
Não tem lelê
Não tem la
Não tem lelê
Nem lala
Ô, laê laê la
Ô lelê
Ô, laê laê la
Ô lelê


Santo Antonio é protetor
Santo Antonio é protetor
Da Barquinha de Noé
Santo Antonio é protetor 
Da Barquinha de Noé
Santo Antonio é protetor


Saci Pererê

Foi meu avô que me disse
Que foi na Bahia ele viu na ribeira
Um moleque de uma perna so que pulava
Gingava e dava rasteira
Cabeçada "rabo de arraia" martelo cruzado
Não era brincadeira, foi ai em que eu acreditei
Ele viu foi o saci jogando capoeira
Pererê, Pererê, Pererê
Moleque saci não era brincadeira
Pererê, Pererê, Pererê
Meu avô que me disse, e ale não diz besteira
Pererê, Pererê, Pererê
Ele foi la na Bahia perto da ribeira
Pererê, Pererê, Pererê
Martelo cruzado, tombo da ladeira
Pererê, Pererê, Pererê
O moleque saci que joga capoeira
Capoeira é Beleza

Capoeira não sai da minha cabeça
Capoeira não sai do coração
Capoeira quem joga e mandingueiro
Capoeira e jogo de irmão

Capoeira
Eee...beleza
Capoeira
Eee...tradição
Capoeira
Tem fundamento
Capoeira
E vibração


Capoeira nasceu foi no quilombo
Olha no sofrimento da senzala
O nego cantava ladainha
Enquanto a cana era cortada

Capoeira
Eee...beleza
Capoeira
Eee...tradição
Capoeira
Tem fundamento
Capoeira
E vibração


Na roda de capoeira
Pode-se matar ou morrer
Mas também se joga limpo
O que e bonito e pra se ver

Capoeira
Eee...beleza
Capoeira
Eee...tradição
Capoeira
Tem fundamento
Capoeira
E vibração


E pra se bom capoeira
Não basta so aptidão
Tem que se entregar de alma
E cantar com o coração

Capoeira
Eee...beleza
Capoeira
Eee...tradição
Capoeira
Tem fundamento
Capoeira
E vibração
Vim la da Bahia p'ra lhe ver

Vim la da Bahia p'ra lhe ver, 
p'ra lhe ver
Vim la da Bahia p'ra lhe ver, 
p'ra lhe ver
Vim la da Bahia p'ra lhe ver, 
p'ra lhe ver
p'ra lhe ver, p'ra lhe ver, p'ra lhe ver, p'ra lhe ver

p'ra lhe ver, p'ra lhe ver, p'ra lhe ver, p'ra lhe ver, p'ra lhe ver
p'ra lhe ver, p'ra lhe ver, p'ra lhe ver, p'ra lhe ver, p'ra lhe ver

Quem vem là sou eu

Quem vem là sou eu
Quem vem là sou eu
Berimbau bateu
Angoleiro sou eu
Ô, sou eu, sou eu
Quem vem là
Quem vem là sou
Sou eu Benvenuto
Quem vem là
Montado a cavalo
Quem vem là
Vem fumando charuto
Quem vem là
Com chapeu de palha
Quem vem là

Bate palma pra ele

O menino é bom
Bate palma pra ele
O menino é bom
Bate palma pra ele

Menino é bom
Bate palma pra ele

E bom é bom
Bate palma pra ele
Mas o menino é bom
Bate palma pra ele
Sabe cantar
Bate palma pra ele
E mandingueiro
Bate palma pra ele
O menino é bom
Bate palma pra ele

E QUADRAS PARA ANGOLA

I
Vou dizer ao meu senhor
Que a manteiga derramou
A manteiga não é minha
A manteiga é de ioiô
Coro: Vou dizer ao meu senhor
Que a manteiga derramou
Ê, a manteiga não é minha
A manteiga é de ioiô
Ô, a manteiga não é minha
A manteiga derramou
Ô, a manteiga não é minha
Caiu no chão e derramou

II

Vem jogar mais eu, vem jogar mais eu, irmão meu
Vem jogar mais eu, irmão meu, vem jogar mais eu,irmão meu
Vem jogar mais eu, vem jogar mais eu,
meu irmão
Vem jogar mais eu, mano meu, vem jogar
mais eu, minha irmã

III

Vamo apanhar areia
(mestre moraes)

Vamo apanhar areia
Vamo apanhar areia no mar
O navio ta esperando no mar
Vamo apanhar areia no mar
Pra poder apanhar areia no mar
Eu vou ter que ir lá pedir a Iemanjá
Vamo apanhar areia
Vamo apanhar areia no mar
Vamo pegar areia no mar
Ah vamo apanhar areia no mar
Vamo apanhar areia
Vamo apanhar areia no mar
Oiá vamo pegar areia no mar
Ah vamo apanhar areia no mar
Vamo apanhar areia
Vamo apanhar areia no mar
Oiá vamo pegar areia no mar
Ah vamo apanhar areia no mar
Vamo apanhar areia
Vamo apanhar areia no mar
Oiá vamo pegar areia no mar
Ah vamo apanhar areia no mar


IV

Devagarinho, devagarinho
Devagar devagarinho
Devagarinho, devagarinho
Devagar com o velhinho
Devagarinho bem de mansinho
Devagarinho, devagarinho


V

Bem miudinho cuidado
Esse jogo de Angola é mandiga
Esse jogo de Angola é mandiga
Esse jogo de Angola é mandiga
Bem miudinho cuidado
O meu mestre já tinha me avisado
Esse jogo de Angola é mandiga.


VI

Valha meu Deus, senhor São Bento
Buraco velho tem cobra dentro
Valha meu Deus, senhor São Bento
A cobra morde senhor São Bento
Valha meu Deus, senhor São Bento


VII

Dona Maria do Camboata
Ela pega na venda, ela manda botar
Dona Maria do Camboata
Do Camboata, do Camboata
Ela chaga na venda ela manda botá
Dona Maria do Camboata


VIII

Oi nega que vende aí
Que vende aí, o que vende aí
Oi nega que vende aí
Vende arroz e camarão
Oi nega que vende aí
Vende arroz do maranhão
Oi nega que vende aí

IX

Panhe esse gunga, ou me vende ou e dê
Esse gunga é meu foi meu pai que me deu
Panhe esse gunga, ou me vende, ou me dê
Gunga é meu, Gunga é meu
Panhe esse gunga, ou me vende, ou me dê
Eu nem vendo, nem preste, nem dou,
Esse gunga é meu foi meu pai que me deu
Panhe esse gunga, ou me vende, ou me dê

X

O meu facão passou em baixo
A bananeira caiu
Mas meu facão passou em cima
A bananeira caiu
Mas meu facão passou no meio
A bananeira caiu
O meu facão era de aço
A bananeira caiu
Cai, cai Cai bananeira
A bananeira caiu
Cai cai de qulalquer maneira
A bananeira caiu

XI

Jogo de dentro
Jogo de fora
joga bonito
Esse jogo é Angola...

XII

Canarinho da Alemanha,
Quem matou meu curió?
Eu jogo capoeira mas seu Bimba é o maior

XIII

Oi, sim, sim, sim, oi não, não, não
Mas hoje tem amanha não
Olha pisada de lampião
Oi, sim, sim, sim, oi não, não, não
Vou mimbora Capoeira,
Hoje tem amanhã não

XIV

Tem dendê, tem dendê
No jogo de Angola, tem dendê
Na bahia, tem dendê
Tem dendê, tem dendê

XV

Iê Paraná, Iê Paraná
Paraná, Paranágua, Paraná
Iê Paraná, Iê Paraná
Paraná, Paranáé, Paraná
Iê Paraná, Iê Paraná

XVI

Camunjéré
Como vai como está?
Camunjéré
Como vai vosmicê?
Camunjéré
Como vai de saúde?
Camunjéré
Eu vim aqui pra  lhe vê
Camunjéré 

XVII

Lemba ê, lemba
Lemba do barro vermelho
Lemba ê, o lemba
Lemba do vermelho barro
Lemba ê, o lemba

XVIII

A onça morreu, a onça morreu
A onça morreu, mas o matou é meu
A onça morreu, a onça morreu 

XIX

O yaya mandou dar
Uma volta só
O que volta danada
Uma volta s
O me leva, O me volta
O que volta danada
Uma volta só
O yaya mandou dá
Uma volta só

XX

Vou mandar, eu vou
Cajuéiro
Vou mandar lóia
Cajuéiro 

XXI

Sai, sai, sai Catarina
Saia do mar venha ver Idalina
Saia do mar
Venha ver, venha ver

XXII

O Beira mar, yoyo, o Beira yaya
Beira mar, yoyo, o Beira yaya
O Beira mar, yoyo, o Beira yaya
Beira mar, yoyo, o Beira yaya
O beira mar, beira mar é de yoyo
O beira mar  é de yaya

XXIII

Onde vai caiman ?
Caiman, caiman
Onde vai caiman?
Vai para ilha de Maré
Onde vai caiman

XXIV

Saia do mar
saia do mar marinheiro
Saia do mar,
Ô Saia do mar marinheiro
Saia do mar,
saia do mar estrangeiro
Saia do mar
Ô Saia do mar estrangeiro

XXV

Eu vim do Congo, passei por Angola, cheguei aqui hoje, quero vadiar Angola
Quero vadiar Angola,quero vadiar Angola,
cheguei aqui hoje, eu quero vadiar Angola
Eu vim do Congo, passei por Angola, cheguei aqui hoje, quero vadiar Angola


XXVI

Sou eu Humaitá
sou eu Humaitá sou eu
Sou eu Humaitá

XXVII

É é é, dum dum dum
Olha pisada de lampião
É é é, dum dum dum
Lampião matou mais um
É é é, dum dum dum
Lampião subiu na serra

XXVIII

A canoa virou, marinheiro
Olha no fundo do mar tem dinheiro
A canoa virou, marinheiro
O dinheiro, o dinheiro, o dinheiro
A canoa virou, marinheiro


FUNDAMENTOS

A CAPOEIRA NÃO É SÓ FEITO DE MOVIMENTAÇÕES PRA LÁ E PRA CÁ ,EXISTE A PARTE TEÓRICA DE ONDE VEIO ,E PARA QUE VEIO ..
POR ISTO EXISTE OS FUNDAMENTOS ,EXPLICANDO  A HISTORIA E ESTE ESTILO DE CAPOEIRA.

OS SIMBOLISMOS NO RITUAL DA CAPOEIRA ANGOLA

            Dentro de seus vários simbolismos, na CHAMADA DE ANGOLA, “chamar” o camarada no jogo não é apenas apresentar-lhe um desafio, é também chamá-lo para seu mundo, é dizer: “camarada, aceita o desafio de caminhar comigo... mas abra do olho, porque caminhar comigo é um desafio, porém, é algo prazeroso. São duas dimensões na caminhada humana: o ser amoroso e espinhento”.
           É o contato aproximado, o momento para demonstrar toda a malícia e a mandinga no desafio ao outro, todo momento é importante, toda atenção é necessária, há vários códigos, várias linguagens..é um jogo de olhar, um jogo de cintura..um pequeno descuido e pode ser fatal. Deve-se ter cuidado de quando,  onde e com quem fazer a chamada...fazer uma chamada para um jogador mais experiente e malicioso talvez não seja bom negócio.
O jogo da capoeira angola é um jogo de paciência, de observação. A chamada de angola serve para o capoeirista também observar o outro, sentir sua energia.


              POTENCIALIDADE POLÍTICO-PEDAGÓGICA DA LUTA NÃO VIOLENTA

            Capoeira angola: brincadeira de escravo na ânsia de libertação. Capoeira é luta, pois é historicamente um movimento físico-cultural de resistência, que objetivamente oferece perigo como possibilidade ao seu oponente, porém, é a sua potencialidade de luta não-violenta que traz uma grande inovação nas tecnologias de enfrentamento dos problemas sociais.  Ela pode ser utilizada na superação de um paradigma de concorrência e competição para outro de colaboração.
            Na luta não violenta, um adversário torna-se companheiro de jogo e não há intenção de eliminá-lo, mas sim, a partir do diálogo corporal ambos saírem vitoriosos. Não existe vitória na humilhação do outro. Essa é a mudança de paradigma fundamental. A ideologia dominante nos fez acreditar nesse conceito equivocado de vitória e assim convergimos nossa energia na direção horizontal. Quando o foco da luta muda para um objeto subjetivo, a luta é contra a opressão que atinge a todos os companheiros de jogo. Por isso é que ao “Pé do berimbau” é importante pedir proteção coletiva, proteção ao jogo.

A ESPONTANEIDADE, ORIGINALIDADE, INDIVIDUALIDADE, A CRIATIVIDADE, IDENTIDADE

            O processo criativo em nossa sociedade torna-se desafiante porque estamos acostumados a recorrer a modelos, a algo previamente estabelecido.
            Numa sociedade capitalista “globalizada” a chamada otimização dos processos produtivos impôs aos homens e mulheres regras prontas, roteiros, manuais de como fazer, padronizou procedimentos, uniformizou ações e atitudes.
            Na guerra apelativa dos mercados, as empresas se esforçam para impor noções de estéticas e de moda, influenciam no nosso mundo subjetivo. Nessa guerra do consumo, os produtos descartáveis e de fácil consumo estão expostos em todos os lugares. Somos forçados a deletar idéias, crenças, vínculos profundos em nome da “renovação” afinal, precisamos descartar para novamente consumir. Enfim, muitas empresas capitalistas aproximam o conceito de “cidadão” ao de “unidade consumidora”.
            Este modelo de produção-consumo torna-se insustentável por que é perdulária, violentamente excludente, o que faculta o aparecimento de um exército de pessoas despossuídas e humilhadas e uma situação de violência urbana. A violência urbana é fruto do estranhamento do ser humano para com seus próximo, fruto de uma visão reducionista e anti-solidária das relações sociais.  Junte-se a isso o estresse da vida diária, o corre-corre, as obrigações complexas...
            A capoeira angola serve como terapia natural para estas tensões humanas elencadas acima. A sua idéia de respeito  a ancestralidade, sua aproximação com a mãe-terra sugere uma relação ecológica com a vida, ou seja, considera-se as infinitas inter-relações, a consciência da interdependência e das ligações solidárias na formação de uma nova identidade social comum a todos os homens e mulheres.

ESPONTANEIDADE

             Ser espontâneo é ter a possibilidade de inspirar e expirar o seu EU sem medo do que há de vir. Há que se quebrar várias amarras em busca do SER, muitas vezes escravizados pelas normas sociais e pelas modas. Ser espontâneo é sorrir, é expressar-se despreocupada e cristalinamente. Espontaneidade é quando nossa essência fala por nós! 
               A capoeira angola estimula a espontaneidade quando nos coloca no caminho de volta às nossas raízes, à nossa essência, à nossa origem perto da terra. O molejo, a dança e a teatralidade, a ludicidade do jogo são elementos que estimulam a espontaneidade. O bom angoleiro joga com espontaneidade.

ORIGINALIDADE
                  A necessidade de descobrir novas saídas para os movimentos envolventes, de evitar as receitas e modelos pré-fabricados faz com que acapoeira angola seja ferramenta para desenvolver a originalidade. Originalidade está necessariamente ligada a individualidade. Cada um deve garimpar dentro de si a fim de encontrar seus próprios diamantes e fazê-los brilhar, ninguém pode facultar originalidade a outrem. Se assim pudesse, não seria mais originalidade. Originalidade é exatamente o que cada um tem de diferente para a construção de um mundo múltiplo e cheio de possibilidades. Para que o mundo evolua sempre alguém precisará ter idéias e atitudes inéditas, originais. E para que cada um assuma o peso de ser único e original, é necessário uma autonomia enorme, seja ela intelectual, material ou psicológica. Autonomia não quer dizer egoísmo. Pelo contrário, pessoas autônomas são peças importantes na sinergia de qualquer projeto humano.

CRIATIVIDADE
                 Todas estes conceitos humanos estão relacionados entre si. É se utilizando da originalidade e da espontaneidade que as pessoas podem propor idéias, atitudes, projetos criativos, soluções criativas. A roda de capoeira é um mini-laboratório do mundo, e é dentro  desse laboratório que o capoeira deve ajuntar os elementos para construir algo necessário, inusitado, colorido, adequado, simples... O ser criativo tem uma intensa ligação com os elementos do meio, parece ser antenado com o céu e com a terra. Porém, a criatividade precisa também de momentos de gestação, precisa de esforço espontâneo, de uma intenção continuada para criar.
IDENTIDADE
                     Conceito hoje dúbio, escorregadio. Os ventos do mundo pós-moderno querem arrastar todas as máscaras de identidade ou mesmo fazer com que a cada dia ela mude. Os ventos da globalização querem desterritorializar os homens e seus valores. Há que se identificar até onde isso é benéfico ou maléfico. Se considerarmos a identidade coletiva de uma comunidade, podemos notar que mais socialmente vulnerável a todos os tipos de mazelas é a comunidade que perdeu sua identidade, sua ligação com a terra e com seus cidadãos e cidadãs. Capoeira angola é ligação com a terra e isto sugere vários tipos de correlações úteis no fortalecimento cultural de uma comunidade.


FORMAÇÃO  DOS INSTRUMENTOS 
 O Ritual I -

A bateria em muitas rodas tradicionais de capoeira angola é formada por oito instrumentos: 02 pandeiros, 03 berimbaus, 01 atabaque, 01 agogô, 01 reco-reco. 
Na casa de mestre Naldinho, a disposição dos instrumentos é como representado acima.
O gunga ou berra-boi começa tocando o toque cadenciado de angola. Logo após entra o médio (em algumas casas tb chamado de viola) tocando a angola invertida, ou seja, o são bento pequeno de angola. Logo após entra o berimbau viola (ou violinha, em algumas casas) que faz os dobrados. Depois é a vez dos pandeiros, sendo que os dois tem que conversar e se "entenderem" pois quando um faz os dobrados o outro está no toque básico. Entra o reco-reco e depois o agogô.
O cantador dá início a ladainha.
Em algumas casas o atabaque entra na louvação ou então após todos os nstrumentos. Quando o atabaque entra logo após os outros instrumentos, o tocador deve ter o cuidado para não "bater" alto, pois o barulho pode atrapalhar a ladainha. Por isso, em muitas casas, o atabaque entra após a ladainha, seja no corrido ou na louvação da ladainha (pra quem não sabe o que é louvação, é aquela parte final da ladainha em que o solista canta; "Iê, viva meu Deus!...Iê, viva meu mestre...).

Quem manda no ritual geralmente é mesmo o gunga (o berimbau que fala mais grave e alto). Ele que aumenta o ritmo, ele que indica a mudança de toque, ele que chama os jogadores...Segundo mestre Naldinho, em sua casa, quando o gunga aumenta o ritmo, é indicatido para o médio mudar o toque, de são bento pequeno, para são bento grande de angola.
O reco-reco "dobra" com o agogô, ou seja, quando um faz os dobrados, o outro fica no toque base e assim sucessivamente.
O atabaque marca o ritmo fundamental, como se fosse as batidas do coração.



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